O vinho é uma bebida obtida da fermentação alcoólica da uva madura e fresca ou suco de uva fresco. A definição bioquímica caracteriza-o como bebida proveniente da fermentação alcoólica dos açúcares de suco de uva pelas leveduras e, em alguns casos, pelas bactérias láticas.
Conforme a composição do vinho, os principais constituintes são água, etanol, açúcares, minerais (potássio, fósforo, magnésio, cálcio, sódio, silício, ferro, manganês, zinco, cobre, níquel, molibdênio, cromo, cobalto), vitaminas (ácido
pantotênico, nicotinamida, vitamina B2, B6, biotina, ácido fólico), ácidos orgânicos (lático, tartárico, acético, málico entre outros), aminas bioativas (histamina, betafeniletilamina, tiramina), e traços de proteínas (5).
O resveratrol representa o composto fenólico mais importante do vinho, que é encontrado na casca da uva, e apresenta atividade bioquímica, age como inibidor da agregação plaquetária e coagulação, apresenta ação anti-inflamatória, regula o metabolismo lipoproteico e age como quimiopreventivo (4).
Considerar o vinho como alimento ainda surpreende as pessoas no Brasil. Essa surpresa é devido, possivelmente, aofato de o brasileiro, de modo geral, ainda não ter o hábito de tomar vinho às refeições. Em nações europeias, onde o vinho consta da dieta alimentar de seus habitantes há milênios, suas qualidades são reconhecidas e
culturalmente aceitas pela população.
Mas a questão de discutir se o vinho é um alimento ou uma bebida alcoólica vai além dos seus benefícios à saúde. Essa discussão reflete no preço pago pelo vinho. A cadeia produtiva por si só já apresenta uma alta carga tributária. Além disso, o fato de o vinho ser classificado tributariamente como bebida alcoólica incide sobre ele uma sobretaxação.
Nos países da União Europeia, EUA, Chile, entre outros, o vinho é classificado como alimento. Com isso, a incidência de impostos é menor. No Brasil, não se trata de alimento (menor tributação), nem de um produto ordinário (tributação normal), mas sim de artigo de luxo ou que representa dano à saúde (sobretaxação).
A intenção de classificar o vinho como alimento funcional não é de incentivar o consumo excessivo da bebida, mas sim aliviar a pesada carga tributária que acaba enfraquecendo o consumo interno em relação aos concorrentes. O vinho como alimento poderia viabilizar uma camada maior da sociedade brasileira a consumir uma bebida
que é, cientificamente comprovada, mais saudável e com inúmeros benefícios a saúde humana.
O objetivo do trabalho é demonstrar que o vinho pode ser considerado um alimento funcional, sendo um aliado da saúde humana, caso seja consumido moderadamente e regularmente. Para o desenvolvimento do trabalho foram compilados trabalhos científicos, referentes a publicações nacionais e internacionais sonre o tema “Vinho e Saúde” e “Vinho: Alimento Funcional”, os quais foram consultados através de periódicos indexados no portal Scielo e Google Acadêmico.
Além disso, houve consulta de dados em instituições oficiais, tais como UVIBRA (União Brasileira de Vitivinicultura) e IBRAVIN (Instituto Brasileiro da Uva e Vinho). Cada trabalho foi catalogado e os dados foram organizados de tal forma que fosse possível fazer a elaboração do presente trabalho.
O Paradoxo Francês